data-filename="retriever" style="width: 100%;">Por um longo período, histeria e descontrole foram termos associados ao feminino em situações que incluíam ansiedade, irritabilidade e "ataques de raiva". Inclusive a palavra histeria é derivada do grego (histeros), que significa útero. Aliás, na idade média, essa palavra foi ligada à bruxaria, fazendo com que muitas mulheres fossem queimadas em fogueiras. O objetivo dessa identificação era claro: descredibilizar a fala das mulheres.
Fácil imaginar (e ter) um surto de fúria quando, além de trabalharmos o dia inteiro, ao chegarmos exaustas em casa, executarmos a maioria das tarefas. Isso inclui dar conta dos filhos, de todo o trabalho doméstico, das refeições e zelar pela lista das compras para que nada falte no "lar doce lar". O próprio IBGE revelou que a quantidade de horas dedicadas aos afazeres domésticos é muito maior entre as mulheres. Certo que ouvimos que, em alguns casos, o marido "ajuda". Pois digo que não é auxílio, tendo em vista que os que vivem na mesma residência, deveriam dividir os compromissos em partes iguais.
Todos esses aspectos afetam a saúde das mulheres. Assim, se levarmos em conta o culto ao corpo, e a pressão para frequentarmos as clínicas estéticas e plásticas, aquelas que não conseguirem tempo e dinheiro, possuem uma boa chance de entrar em depressão.
Aguentar as piadinhas infames de que os homens são perdoados ao trocarem a companheira por uma mais jovem não tem o mesmo tom daquelas que desistem dos cônjuges para dedicarem um pouco mais de tempo para si próprias. Inclusive, se fizerem isso podem ser consideradas fúteis, irresponsáveis, desnaturadas entre outros "elogios".
O que realmente temos observado é que os (re)conhecidos como controladores, tem exibido frequentemente perturbações, quando se esperava um mínimo de compostura. O ministro da Controladoria Geral da União, por exemplo, ao prestar esclarecimentos sobre a suposta omissão nas negociações para a compra de vacinas, se exaltou ao ser questionado em alguns pontos pela senadora Simone Tebet. Imediatamente, a chamou de descontrolada. Logo após o tumulto, a sessão foi encerrada. O que espanta é que justamente o gestor da controladoria se descontrole.
Outro caso de evidente desequilíbrio foi o vídeo com gestos nada elegantes do Ministro da Saúde, ao reagir a críticas de manifestantes em Nova York. São os maus exemplos do Brasil para o mundo, incluindo o governante que expõe a sua não vacinação como motivo de "orgulho".
O que é isto rapazes? Parece que, além do negacionismo, há um descontrole generalizado.